segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Sangue e Fogo

Com doses cavalares, atravessas as penumbras e murmúrio de minhas sombras, projetadas com escândalo e suor, nas paredes disformes do meu quarto e sobre os lençóis molhados pelo roçado dos olhos nos olhos, só porque insistes em me marcar à dentadas e com silenciosas impressões digitais por todo o corpo acariciado em demora. Fruta sem caroço que me lambuza os fins de tarde e os recomeços, todos eles, enquanto fico limpando, entre a unha e a carne, o tempo que se acumula despretensiosamente e pede ao corpo pra ser hospedeiro de suas trapaças e de sua infinda ironia. É tudo uma grande brincadeira? de imprecisão e de incertezas que estreitam os intestinos. -Onde encontraremos o extraordinário? -Bem aqui! Entre os escombros de nossas entrelinhas e das pequenas pedras embaixo da cabeça, porque insistimos em querer ver o céu de frente, de peito aberto pra escurecermos.

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